5 contributos da tecnologia digital no sector da logística

28 de setembro de 2021

Nunca antes foram entregues tantas encomendas na Terra, e os últimos meses acentuaram o fenómeno. Esta evolução da procura obriga o sector da logística a adaptar a sua organização para acompanhar a mudança. Já alerta para a transformação do sector numa quarta geração, torna-se necessário digitalizar as ferramentas logísticas para acompanhar o ritmo.

  • As vendas em linha aumentaram 45% na primeira semana de abril, em comparação com a primeira semana de 2020, devido ao encerramento de empresas "não essenciais".
  • O sector do comércio eletrónico atingiu quase 4200 mil milhões de dólares em 2020 e prevê-se que atinja 5400 mil milhões de dólares em 2022.

Por conseguinte, é necessário concentrar-se na velocidade e eficiência dos processos a partir do armazém e dos pontos de armazenamento avançados, ganhando visibilidade em todas as plataformas logísticas e caminhos percorridos pelo produto, dentro e fora do armazém. É neste sentido que uma indústria mais inteligente e digitalmente orientada pode responder aos desafios actuais e às expectativas dos clientes.

Produtividade das operações

No decurso das operações, a tecnologia digital normaliza todos os procedimentos a seguir, tornando-os rápidos e simplificados. Agora equipado com um sistema de codificação normalizado, cada produto é digitalizado, identificado e registado num software de processamento de dados. Os inventários são melhor geridos e as operações de entrega são optimizadas: as informações sobre produtos e equipamentos são estruturadas, normalizadas e visíveis para todos.

A gestão optimizada do inventário conduz a uma melhor organização da entrega, especialmente porque o número de referências nos catálogos tende a multiplicar-se. O acesso aos dados em tempo real permite, por exemplo, conhecer as condições de tráfego e a localização dos veículos para gerir a entrega e a intervenção na sua totalidade, para ter visibilidade sobre cada elo da cadeia mesmo quando a mercadoria sai do armazém.

Como a tecnologia digital torna a informação visível para todos, os clientes também são alertados para as suas entregas com grande pormenor e têm uma visão de todo o caminho percorrido pela sua encomenda ou da cadeia alimentar do seu produto para conhecer o seu terroir. O acesso a todos os dados em tempo real permite a cada agente económico ter uma visão global do que se passa em toda a cadeia de abastecimento, mas também ter acesso direto ao que lhe diz respeito e ao que pode esperar dos outros:

  • Nível da procura,
  • Preço,
  • Localização da matéria-prima,
  • Estado da encomenda,
  • Litígios na cadeia,

Isto torna a colaboração entre todas as pessoas envolvidas na empresa eficiente e relevante.

A produtividade é também reforçada pela tecnologia digital quando limita os erros na cadeia de transporte, permitindo a todos ter visibilidade e rastreabilidade de cada infraestrutura, equipamento e produto que entra em jogo durante o processo de produção e logística. Atualmente, na logística, os códigos de barras e as etiquetas RFID são os mais utilizados. Estes métodos de codificação e etiquetagem dos produtos aceleram a receção das encomendas porque os controlos são mais rápidos e garantem uma rastreabilidade total desde o ponto de partida do produto até à sua chegada final ao cliente, sem erros e com eficácia.

Para além dos controlos, o picking é uma operação que consome muito tempo no armazém. A tecnologia digital permitiu o desenvolvimento de vários métodos para uma recolha de encomendas eficiente e sem erros: os dispositivos Pick To Light, por exemplo, iluminam a posição do artigo e o empregado só tem de olhar para ele e ver a quantidade a ser utilizada.

Redução a longo prazo dos custos logísticos

A automatização de certas operações manuais graças à implementação de ferramentas digitais nos processos logísticos permitiria, a longo prazo, uma redução notável dos custos operacionais no armazém.

  • O controlo, a localização e a validação de produtos e veículos através de um portal automatizado e a leitura de RFID são mais rápidos,
  • A tecnologia digital limita os custos de gestão de stocks. A inteligência artificial permite uma Cadeia de Abastecimento mais inteligente e ágil, os recursos são melhor alocados e com uma visão de futuro, as compras ou transferências de stocks são controladas para evitar faltas de stock, expiração de stocks ou excedentes.


    Uma má gestão de stocks custa à empresa em termos de receitas, credibilidade junto dos clientes, parceiros e fornecedores, e custos fixos e variáveis no armazém. Por exemplo, quando a data de validade é ultrapassada ou há excesso de stock, a empresa tem de desistir do seu inventário. A digitalização do seu método de gestão de inventário permite-lhe controlar o inventário em cada ponto-chave da cadeia de abastecimento e, assim, obter um melhor conhecimento do seu inventário e fluxos para os gerir de forma eficiente.

A tecnologia digital e a Internet das Coisas (IoT) estão também a revolucionar o sector da logística, fazendo com que todo o armazém esteja ligado à Internet, para que cada objeto possa informar o seu utilizador do seu estado. Uma plataforma IoT centraliza as informações dos sensores colocados nos objectos para os ordenar e enriquecer.

As informações são então processadas em tempo real, o que torna as acções realizadas mais fluidas: as empresas são sempre alertadas para o estado das suas máquinas e sabem quando necessitam de intervenção, manutenção ou uma utilização diferente para aumentar a rentabilidade. Neste sentido, as operações são cada vez menos pausadas devido a revisões ou intervenções de técnicos, o que, a longo prazo, poupa a empresa em custos de manutenção.

À saída do armazém, a entrega é também rastreada graças à IoT, para que a empresa possa seguir a sua carga e os seus contentores. Por exemplo, a câmara de bordo está agora presente em muitos veículos e é accionada por qualquer ação suspeita na estrada (colisão, aceleração rápida, travagem brusca, etc.). As informações sobre a condução são enviadas diretamente para a cadeia logística e, em caso de acidente, as seguradoras actuam sem perda de tempo e permitem um tratamento rápido do incidente e uma aceleração do processo administrativo para uma redução significativa dos custos de gestão a longo prazo.

Melhorar a experiência do cliente

À medida que as operações se tornam mais rápidas e mais eficientes, a empresa tem mais tempo e informação para dar ao cliente. O cliente está agora incluído no círculo de pessoas que têm acesso aos dados recuperados de cada objeto, para que possa saber onde está a sua encomenda, quando chegará e quem lha transmitirá.

Quando falamos de indústria de quarta geração, destacamos as novas tecnologias na transformação dos métodos de produção. Com esta revolução industrial, abordamos o termo de cadeia de abastecimento alargada para falar de logística colaborativa com uma partilha entre fornecedores, colegas e clientes. Este último entra finalmente no circuito logístico como um ator importante e tido em conta.

Evitamos a tomada de decisões sequenciais e optamos em conjunto pelas estratégias correctas, e isto desde a primeira milha. Através do chatbot, a empresa fideliza o cliente a um custo inferior ao de um serviço de apoio ao cliente prestado apenas por humanos. O cliente pode ser ajudado a qualquer hora do dia, pelo que recebe um melhor serviço a um custo mais baixo. As novas tecnologias e a entrega de última milha também são inseparáveis para uma oferta de serviços digital e personalizada.

Do lado da empresa, esta inteligência artificial pode agora armazenar informações sobre o cliente para estudo posterior, com a ideia de propor cada vez mais melhorias na qualidade do serviço ao cliente e dos produtos da empresa. Dar informações ao cliente traz o mesmo benefício para a empresa, que, graças a esta comunicação simplificada com o cliente, pode compreender melhor o seu comportamento para adaptar as ofertas.

Mais do que a empresa, são todos os intervenientes na cadeia de abastecimento que beneficiam destas novas ferramentas digitais, utilizadas coletivamente para otimizar o desempenho.

Responder aos grandes desafios ambientais

Embora a logística seja um sector essencial, continua a ser um grande emissor de gases com efeito de estufa. Para além das vantagens organizacionais, a tecnologia digital também oferece a possibilidade de reduzir a pegada ecológica.

Como vimos anteriormente, as vendas em linha estão a explodir e o número de encomendas está a aumentar. É evidente que as plataformas logísticas estão a expandir-se para responder a esta situação e consomem cada vez mais energia. O ar condicionado, o aquecimento e a iluminação são instalações dispendiosas para a empresa e para o ambiente.

Para responder a este problema, a tecnologia digital trouxe o Building Information Modeling (BIM). Desde a conceção do armazém, o BIM é utilizado como modelo digital e centraliza os dados e a informação até à construção do armazém e depois ao longo do seu funcionamento, efectuando alterações em tempo real. Isto permite uma maior visibilidade sobre toda a plataforma, a redução de custos e o planeamento da organização do armazém para o tornar inteligente e energeticamente eficiente.

Esta gestão digital de armazéns é utilizada, por exemplo, para a gestão de portas, ou seja, para verificar se as portas estão corretamente fechadas para evitar mudanças de temperatura entre duas salas, especialmente à entrada dos armazéns frigoríficos. Isto limita as perdas de energia e as despesas desnecessárias.

Para além do modelo BIM, a ligação em rede de toda a cadeia de abastecimento também ajuda a reduzir os custos energéticos. Na estrada, o agrupamento das redes logísticas e a otimização do abastecimento dos veículos até ao ponto de entrega reduzem o número de veículos na estrada e, consequentemente, as emissões de gases com efeito de estufa.

  • Em França, esta ligação em rede conduziu a uma redução de 10% das emissões e a um aumento de 15% do fator de carga dos veículos.

É também mais fácil conhecer as tendências do tráfego e, por conseguinte, escolher as horas de partida dos transportadores em função do veículo ou do preço da viagem. Os dispositivos instalados nos veículos podem também analisar o comportamento do condutor para que este possa mudar o seu estilo de condução para um estilo mais amigo do ambiente, reduzindo assim as emissões de gases com efeito de estufa.

Novos empregos e uma nova forma de trabalhar

A transformação digital dos armazéns logísticos está agora quase completa para os grandes grupos que operam em grandes plataformas. Paralelamente a esta transformação digital, não é nos pequenos armazéns independentes, mas sim nas grandes plataformas que estamos a assistir a uma mudança no emprego.

A forma de trabalhar dentro do armazém já mudou. O método "Goods to Man", por exemplo, consiste em levar os artigos da encomenda até ao operador responsável pela montagem. Já não existe o método tradicional em que os pickers vagueiam pelo armazém para montar a sua encomenda, agora os produtos vêm diretamente para o picker para digitalizar e finalizar a encomenda.

  • A recolha é mais rápida e sem erros.
  • Os empregados limitam as suas idas e vindas nos corredores e a empresa garante assim maior segurança e uma minimização dos acidentes de trabalho.

Depois, surgiram novos empregos com a necessidade que as empresas sentiram de gerir a chegada do digital em cada ramo da logística. Assim, procuram-se modeladores que tratem apenas do modelo BIM e trabalhadores de manutenção que sejam também capazes de conduzir robots e exoesqueletos. Esta mudança provoca uma alteração nas expectativas dos empregadores em relação aos estudantes durante a formação. Com efeito, a automatização ou a inteligência artificial exigem, para além da compreensão da cadeia de abastecimento e dos conhecimentos técnicos de logística, a capacidade de analisar os dados com vista à otimização económica e produtiva do local.

Mas se novos empregos e formações estão a florescer (cientista de dados, analista de negócios, etc.) no sector da logística, algumas posições estão a perder as suas competências e, por conseguinte, o seu valor e atratividade.

Mais uma vez, estas transformações trazem vantagens e inconvenientes, a chegada dos robôs e da automatização em geral empobrece as tarefas do ser humano mas alivia o trabalho penoso, modifica os métodos de gestão mas torna o sistema global mais flexível e interativo com o objetivo de melhorar a comunicação e a partilha de informações em superfícies maiores.

Representation of the mobil and webstite Monstock solution

A transformação digital obriga todos os intervenientes a adotar soluções ágeis (Smart Supply Chain) para se adaptarem rapidamente. Para alcançar uma elevada eficiência e expandir-se para novos espaços que não foram necessariamente pensados ou organizados para a sua atividade, é agora essencial digitalizar todos os processos.

A Monstock está atenta aos desafios e necessidades das empresas (rastreabilidade, cadeia de abastecimento alargada, controlo de fluxo, planeamento, inteligência artificial, etc.) e oferece uma solução digitalizada para a gestão de inventário e fluxo (Smart Supply Chain), que fornece uma solução completa e inovadora para satisfazer os seus clientes, parceiros e fornecedores.

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